Galeria de Imagens da História do Lar de São José
O Lar de São José situado na cidade da Covilhã conta já com mais de um século de existência. Começou por chamar-se Albergue dos Pobres e mais tarde Albergue dos Inválidos do Trabalho. Esta última denominação surgiu porque esta casa foi também destinada aos operários da Indústria de Lanifícios, e os mesmos contribuíam com uma pequena verba para o Albergue. Foi uma das receitas mais marcantes na Instituição, a da “Assistência Operária” em tempos mais remotos. Ainda hoje, os operários da Indústria de Lanifícios contribuem para ela com uma pequena verba dos seus vencimentos. Só mais tarde, em 1970 adquiriu o nome que tem atualmente, Lar de São José. Abriu portas a 12 de Fevereiro do ano 1900. Foi criado pelos Confrades das Conferências de São Vicente de Paulo que arrendaram uma casa a fim de prestar auxílio a alguns pobres isolados, sem condições mínimas de sobrevivência durante um inverno rigoroso que provocara um forte nevão na cidade. Mais tarde, devido à intensa procura de quem mais precisava, requisitou-se a ordem religiosa das Irmãzinhas dos Pobres para dirigir o Albergue. A sua colaboração foi imprescindível e estas dedicaram-se generosamente à Instituição, lutando contra as dificuldades havidas na altura. Criou-se esta casa fixada na base fundamental da solidariedade e da caridade. Passaram-se tempos difíceis e nem por isso se deixou de acolher quem mais precisava. À semelhança de outros estabelecimentos idênticos, o “Albergue dos Pobres” de feições perfeitamente castradoras, dava lugar à vivência em comum de uma amálgama de gente, que era constituída por inválidos, mendigos, doentes mentais, sem qualquer discriminação. Viveu-se com falta de mobiliário, de lenha, de comida e falta de muito mais para que se pudesse dar uma resposta condigna a todos aqueles que precisavam dela.Foram anos de peregrinação constante para esta casa, anos de uma atividade permanente na descoberta de novas receitas para enfrentar o terrível mapa das despesas. As dificuldades e as carências no Albergue eram cada vez mais notadas e abrangiam todos os níveis. Em 1910, e dado o carácter anticlerical da revolução republicana, foi imposto às Irmãzinhas dos Pobres a obrigatoriedade de deixarem de usar o hábito. A tal não acederam, pelo que abandonaram a Instituição, voltando somente em 1927. Sucedeu-se um período grave na vida desta Casa, e a administração passou a ser exercida por leigos. Durante anos, o sustento desta Instituição baseou-se em doações de alguns benfeitores, e em esmolas. Era notória e sentida a instabilidade das várias Comissões Administrativas que foram passando pela Instituição. Essas Administrações sucediam-se com muita frequência devido à carência de meios para a sustentação dos internados, motivo porque esta casa esteve por várias vezes na eminência de encerrar as suas portas. Os primeiros sinais de uma melhoria significativa surgiram muitos anos depois. Com o 25 de Abril viriam a abrir-se novas perspetivas para um mudança radical na política da Terceira Idade, tendo a Direção do Lar de São José na altura presidida pelo Senhor José da Cunha Saraiva, metido ombros às obras de ampliação das exíguas instalações, sendo inauguradas por Sua Excelência o Ministro dos Assuntos Sociais Dr. João Morais Leitão, em 5 de Maio de 1980. Com a eleição em 1983, do órgão executivo presidido pelo Dr. José Luís de Brito Rocha ainda hoje em funções, deu-se início à remodelação completa e à modernização do Lar de São José, bem como a uma mudança marcada pela eficiência na administração da Instituição, garantindo a sustentabilidade da mesma. “Olhar o passado, vivendo o presente e preparar o futuro. O passado convém olha-lo bem de frente, com lealdade, com verdade, para emendar o que porventura foi menos bom e haurir forças para os dias que vão chegar e as grandes metas de reestruturação e organização que se vão empreender. E todos não seremos demais para todas essas tarefas”. Palavras pronunciadas pelo Presidente no ato da tomada de posse. Pouco tempo tardou para que se iniciassem os trabalhos de remodelação e reestruturação de todo o edifício principal, com a ajuda de uma verba de 18.000 contos dados ao Lar pelo Dr. João Gomes, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa na altura, em homenagem ao Dr. Melo e Castro. Também a Caixa de Previdência do Pessoal da Indústria de Lanifícios após a reestruturação do edifício principal, contribuiu com 3.000 contos para a compra de mobiliário para as instalações recuperadas. Também o Eng.º. Jorge Pombo, Presidente da Câmara Municipal da Covilhã, doou à Instituição uma verba de cerca de 2000 contos para a feitura de uma sala de Fisioterapia, inaugurada pelo mesmo e pelo Dr. Brito Rocha no ano de 1995. A continuidade da modernização do Lar de São José, foi ainda possível com as verbas oferecidas pelo Dr. Carlos Pinto, ex-presidente da Câmara Municipal da Covilhã, que cedeu ao Lar em 1993 um terreno na Quinta da Corredoura, contribuiu com 30.000 euros em 2005 para a aquisição de uma viatura de transporte de cadeira de rodas, em 2011 ofereceu 25.000 euros, em 2012 mais 25.000 euros para a ajuda na recuperação de um edifício anexo ao Lar, e em Junho de 2013 voltou a doar 2.312,40 euros para a pintura exterior da Capela do Lar de São José. Também a ligação entre o edifício novo e o mais antigo, foi possível graças à oferta de 7000 contos por parte do Dr. Silva Peneda, Ministro da Segurança Social, numa visita que fez ao Lar de São José. Desde sempre, o Lar de São José foi e continua a ser visitado por ilustres figuras atestando a importância desta Instituição não só na Beira Interior como também no país inteiro. Alguns testemunhos poderão ser apreciados na galeria de fotos. Atualmente são inúmeros os serviços ao dispor dos utentes, tais como, apoio médico e serviço de enfermagem 24 horas por dia, um gabinete de psicologia e assistência social, cabeleireira e barbearia, bem como conta com o apoio de uma engenheira alimentar e uma dietista. A vertente lúdica e cultural não é descartada, já que o Lar de São José dispõe de uma animadora a tempo inteiro que promove diariamente atividades variadas como sendo: jogos coletivos, trabalhos manuais, teatro, cânticos pelo grupo coral formado por idosos, passeios (Fátima, terras de origem, praia fluvial de Valhelhas, visitas a museus, etc.), ginástica (em parceria com o departamento de ciências do desporto da UBI). É com orgulho que o hoje chamado de Lar de São José emprega mais de uma centena de colaboradores, e desenvolve três respostas sociais protocoladas com o Centro Distrital de Segurança Social de Castelo Branco. Ajuda e trata 167 residentes na estrutura residencial para pessoas idosas, 45 utentes em serviço de apoio domiciliário e são diariamente servidas entre 40 a 50 refeições na cantina social. A importância desta casa é de tal forma relevante, que a Instituição já foi premiada algumas vezes, com especial destaque em 1988 pelo Presidente da Câmara na altura, Álvaro Ramos com a medalha de prata, e no ano 2000 pelo Dr. Carlos Pinto com uma medalha de Mérito Social, no âmbito das comemorações do 130º Aniversário da Elevação da Covilhã a cidade. A Dra. Maria Jesus Barroso atribuiu ao Lar de São José o Prémio dos Embaixadores. Os tempos de asilo e albergue, de esmola ou da sopa dos pobres, no conceito humanista das relações sociais e humanas, estão ultrapassados. Hoje, o Lar de São José oferece a todos os que o procuram, as condições ideais para que os idosos ao deixarem o seu próprio lar tenham direito a uma “nova vida” não apenas à sobrevivência material, mas à educação, aos tempos livres, aos sentimentos autenticamente humanos, ao apoio e reconforto espiritual. Aqui, a animação e a boa disposição são permanentes. O sorriso acaba frequentemente por regressar aos rostos cujo caminho outrora conhecera. Aqueles que entram para a Instituição, já não querem sair do seu LAR. É pois esta, em breves traços a históriado Lar de São José que, com a boa vontade dos seus associados, diretores e funcionários, cumpre a missão de proteger os mais desfavorecidos. Damos em seguida a nota de algumas personalidades que visitaram o Lar de São José e assinaram o Livro de Honra. - General Carmona, Presidente da República (16 de junho de 1930) - General Júlio Botelho Moniz, Ministro do Interior (4 de março de 1945) - Dr. Alberto Ribeiro Queirós, Subsecretário do Estado da Assistência Social (2 de dezembro de 1951) - Dr. José Guilherme de Melo e Castro, Subsecretário do Estado da Assistência Social (14 de outubro de 1954) - Eng.º Arantes de Oliveira, Ministro das Obras Públicas (22 de julho de 1957) - Coronel Arnaldo Schultz, Ministro do Interior (2 de julho de 1960) - Dr. Manuel Ascensão Azevedo, Governador Civil (12 de julho de 1969) - Eng.º Vicente da Costa Borges Terenas, Presidente da Câmara Municipal da Covilhã (12 de julho de 1969) - Dra. Maria Teresa Lobo, Subsecretária do Estado da Assistência da Saúde (27 de março de 1971) - Dr. João Morais Leitão, Ministro dos assuntos Sociais (5 de maio de 1980) - Dr. José Almeida Serra, Secretário de Estado do Mar (17 de março de 1984) - Dr. João Tito de Morais, Administrador da RTP (17 de março de 1984) - Dr. João Gomes, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (29 de setembro de 1984) - Dra. Edite Estrela (10 de junho de 1989) - Dr. António Guterres e Dra. Maria Barroso (1989) - Dra. Ana Manso, Deputada pelo PSD (5 de julho de 1990) - Dr. José de Sampaio Lopes, Governador Civil de Castelo Branco (17 de dezembro de 1999) - Sr. Nicolau Breyner, Actor e Realizador Português (11 de março de 2002) - Dra. Maria Elisa Domingues, Jornalista e Escritora (11 de março de 2002) - Dr. Nuno Morais Sarmento, (12 de fevereiro de 2005) - Dra. Maria Manuela Ferreira Leite, Candidata às legislativas pelo PSD (16 de março de 2009) - D. Manuel Felício, Bispo da Guarda (20 de abril de 2009) - Dr. Paulo Portas, Líder do partido CDS-PP (28 de maio de 2009) - Dr. Nuno Melo, candidato às Eleições Europeias pelo CDS-PP (28 de maio de 2009) - Sr. Francisco Lopes, candidato às eleições presidenciais pelo PCP (novembro de 2010) - Prof. Dr. Aníbal Cavaco Silva, Candidato à Presidência da República Portuguesa e sua esposa Maria Cavaco Silva (11 de janeiro de 2011) - Dr. António Melo Bernardo, Director do Centro Social dístrital da Segurança Social (12 de fevereiro de 2015) - Dra. Maria Belém, candidata à Presidência da República (31 de outubro de 2015).